Afinal, o que é a Terapia de Constelação Familiar?
Criada pelo psicanalista alemão Bert Hellinger, a constelação familiar é um método terapêutico isento de crenças religiosas ou de qualquer experiências místicas ou sobrenatural.
Seu embasamento é a teoria dos Campos Morfogenéticos, de Rupert Sheldrake, um biólogo britânico. Bert desenvolveu as constelações familiares a partir de suas experiências com as relações humanas e, segundo ele, a constelação familiar traz uma abordagem diferente em relação ao desconhecido.
Assim, ela não configura nem um método ou um ofício, mas sim um caminho para nos trazer a outros níveis de consciência, onde todas as perguntas encontram caminhos e respostas. Dessa forma, a constelação familiar pode ser entendida como uma terapia dos estados profundos de consciência, que trabalha com nosso inconsciente profundo, de forma pessoal e coletiva, porém, sempre sob a ótica de nossas relações familiares, para compreender como elas nos moldam.
Ao nos colocar em contato com questões do inconsciente profundo, as constelações podem identificar pontos problemáticos que um processo psicodinâmico tradicional demandaria mais tempo para acessar.
EM QUE PROBLEMAS A CONSTELAÇÃO PODE AJUDAR?
A Constelação Familiar pode ajudar em todos os problemas de origem sistêmica. Então, desde problemas de relacionamento de casal, com filhos, todos os tipos de vícios, problemas emocionais, dificuldades diversas, até problemas de saúde física podem ser compreendidos, amenizados e muitas vezes solucionados com a ajuda da Constelação Familiar e com a disponibilidade do cliente realizar mudanças em sua vida prática, a partir das novas informações a que teve acesso na Constelação.
FAZENDO A SUA CONSTELAÇÃO
Fazer uma Constelação Familiar significa, de um modo simples, encontrar soluções para problemas específicos que você está vivendo, ou mesmo, buscar a origem de uma doença de algum membro da família. Desde questões emocionais a acontecimentos trágicos no seio familiar, as Constelações revelam e buscam soluções práticas e simples, trazendo à tona aquilo que é essencial no momento e que muitas vezes foi esquecido ou renegado.
QUEM FAZ PARTE
Toda nossa rede de antepassados pertencem ao nosso sistema, mas de um forma mais direta, somo influenciados de forma mais objetiva pelos seguintes níveis:
Os filhos: Nós e nossos irmãos e irmãs. Os que vivem e os que morreram (considerando a concepção o momento inicial da vida). Os abortados intencionalmente ou e forma espontânea. Filhos ilegítimos ou de outros casamentos. Todos fazem parte.
Um nível acima dos filhos: Nossos pais e seus irmãos e irmãs biológicos. Parceiros anteriores de nossos pais, os rejeitados e mortos. Todos pertencem.
Os avós: Os pais de nossos pais, e parceiro anteriores deles.
Bisavós: com menor força, a incidência do sistema das figuras dos bisavós pode ocorrer, mas com menos frequência.
Pessoas que geraram vantagens para a família através de sua morte ou destino: pessoas que deixam heranças a um membro da família e pela qual esta pode prosperar.
Vítimas de membros do sistema: São trazidos para dentro do sistema ao terem sido objeto de violência por um membro do sistema. A vítima deve ser lembrada com respeito e amor.
Agressores de membros do sistema: Agressores de membros do nosso sistema se tornam parte do mesmo. Através da violência, especialmente se resulta em morte, cria-se um laço do destino. Ignorar ou excluí-lo pode fazer com que o sistema busque um representante para ele dentro da família.
Quem é Bert Hellinger, o criador das Constelações Familiares?
Nascido em Leimen - Alemanha, morava em Cologne - Itália, sendo parte de uma família católica. Aos 10 anos, foi seminarista em uma ordem Católica. Apesar disso, aos 17 anos se alistou no exército e combateu com os nazistas no front, sendo preso na Bélgica. Aos 20 anos, com o fim da guerra, se tornou padre. Se formou no curso de Teologia e Filosofia na Universidade de Würzburgo em 1951. Foi enviado como missionário católico para a África do Sul, onde atuou como diretor de várias escolas, como o Francis College, em Marianhill. Em 1954, obteve o título de Bacharel de Artes da Universidade da África do Sul e, um ano depois, graduou-se em Educação Universitária.
No final dos anos 1960, abandonou o clero e voltou à Alemanha, onde passou a estudar Gestalt-terapia.
Mudou-se para Vienna para estudar psicanálise. Ali, conheceu sua primeira esposa, Herta, uma psicoterapeuta.
Em 1973 se mudou para a Califórnia para estudar Terapia Primal com Arthur Janov. Lá, se interessou pela Análise Transacional.
Hellinger se divorciou de Herta e casou-se com Marie Sophie. Com esta Esposa, realizou cursos, oficinas e seminários em vários países.
Faleceu em 19 de setembro de 2019 aos 93 anos de idade.